segunda-feira, 25 de março de 2013

Amanhecer de uma nova Era (2010) - Resenha Literária


Amanhecer de uma nova era
Em Síntese

O arquivilão Eliachim ben Sadoch, rabino judeu desencarnado, retorna no mais recente romance de Manoel Philomeno de Miranda, redigido através de Divaldo Franco. Amanhecer de uma nova era (LEAL, 240 páginas, R$ 35,00) dá continuidade aos temas e tramas de Transição Planetária, da mesma dupla de literatos, lançado em 2010.


Em Transição, Eliachim – o Senhor da sombra – havia sido desmascarado pela equipe de médiuns que protegia o centro espírita em questão, em memorável enfrentamento comandado por Dr. Sílvio (ver capítulos 19 e 20). Revelado em suas reais intenções, mas não convencido da necessidade de alinhar-se com os ensinamentos do Mestre Jesus, o rabino prosseguiu em seu labor suicida de luta contra os novos cristãos. O fechamento desta história acontece em Amanhecer.



O elemento que conduz a trama são os ataques à Sociedade Espírita Amor e Caridade, que estaria localizada numa cidade interiorana da Bahia. Um de seus dirigentes, Anacleto, depois de enviuvar perde-se em condutas morais impróprias, relacionadas a sexo e dinheiro. Esse diretor torna-se a porta de entrada para que as forças comandadas pelo rabino desestabilizem a respeitada casa espírita, tradicionalmente um centro fortemente iluminado pela doutrina kardequiana. Anacleto torna-se irascível e intratável; sua conduta fere os companheiros, afetando todas as áreas da instituição – que é ligada à figura venerável de Francisco de Assis.


A oração de socorro ao Menestrel de Deus resulta na formação de uma equipe de alto nível, liderada por ninguém menos que o Dr. Bezerra de Menezes; completam-na Eurípedes Barsanulfo, Jésus Gonçalves, José Petitinga e o autor espiritual, tratado por seus pares apenas como Miranda. O grupo inicia seus trabalhos conjuntamente com os médiuns encarnados da casa espírita, em trabalhos que se estendem e complementam durante o desdobramento no sono físico. As incursões dos asseclas do rabino são tão ferozes, alterando o equilíbrio da Sociedade tanto no plano material quanto no espiritual, que Bezerra solicita auxílio extra. Preces atendidas, uma falange de construtores – mentalizadores hábeis em edificações – acompanhados por cavaleiros templários, especialistas em defesa, acorrem ao cenário da contenda. Em uma hora terrestre as muralhas e torres – ao antigo estilo dos castelos da Idade Média – são formadas; os canhões de raios magnéticos, de efeito dissuasivo, são postados e utilizados para manter as hordas comandadas pelo Senhor das sombras à distância.

Exemplo de descrição da imagem 1.
Informado da edificação protetora, o rabino Sadoch se organiza para um ataque final e definitivo, marcado para aquela mesma madrugada. Antecipando a manobra, o Médico dos pobres – Bezerra de Menezes – reúne e organiza a resistência, agora composta dos Benfeitores espirituais e dos médiuns da casa espírita, desligados do corpo durante o sono. Apõe Miranda: “Se as forças do mal arquitetam planos e os executam na sua perversidade e insânia, o amor dispõe de antídotos poderosos que são capazes de anular-lhes os efeitos doentios.” E que antídoto! A descrição do enfrentamento, na sua estratégia e desfecho, é emocionante, tendo como prelúdio do clímax o diálogo entre Eliachim e o Dr. Bezerra:
 Como dialogar com o inimigo? Aqui venho para combater, não para parlamentar. O meu desejo é o da extinção dos infames destruidores da fé judaica (...) Não serei eu quem irá parlamentar com o nobre amigo, porque reconheço a própria pequenez (...) para este momento de alta significação (...)A claridade ambiente foi intensificada, e descendo em nossa direção surgiu o Espírito elevado de Francisco de Assis, vestido com a simplicidade dos seus hábitos medievais, irradiando especial luminosidade.

Exemplo de descrição da imagem 2.
A condução firme e surpreendente que o Santo de Assis dá à situação é algo que merece ser lida e relida no texto original, sendo que qualquer síntese será fatalmente criminosa. Apesar de focalizar a ação no centro espírita da Bahia, os tentáculos do Senhor das sombras se estendiam por todo o país, através de seus correligionários, em processos obsessivos coordenados nas principais instituições de difusão da Doutrina Espírita. Assim como em Transição Planetária, os abnegados irmãos de Alcíone são personagens importantes: visitados em sua colônia espiritual – o Santuário da Esperança –, o grupo de seres que reencarnará para auxiliar nos novos tempos, se adapta às condições perispirituais necessárias à vida terráquea. Munidos de avançados aparelhos, que captam as notícias atuais da civilização a que irão se incorporar, educam-se para o melhor convívio social e político no orbe terrestre. Eventos e situações recentes estão presentes em ambas as obras: Transição e Amanhecer. Nesta, Manoel Philomeno de Miranda aborda o crescimento do islamismo, a Primavera Árabe e a drogadição em nossas Cracolândias, a qual qualifica como a lepra de nossos tempos atuais, “... que degrada, que expulsa do convívio social, que perverte e alucina.”

Este livro não foi lançado no segundo semestre de 2012 sem motivos: os discursos sectários de final dos tempos nos dias 12/12/12 e 21/12/12, apesar de já incorporados ao anedotário terrestre, ainda causam medo nas pessoas. O medo é uma porta de entrada escancarada às forças das sombras, mesmo nos mais letrados da ciência, filosofia e espiritualidade. Amanhecer de uma nova era é o contraponto categorizado a esse terrorismo psicológico. Acima de tudo, a obra literária desfere alerta aos divulgadores da Terceira Revelação, reiterando que a invigilância de apenas uma pessoa pode ser decisiva e fatal para toda uma organização formada por seres encarnados e desencarnados que querem caminhar segundo a Lei Divina. O livro expõe que, apesar da inserção dos elevados seres das Plêiades no conjunto evolutivo desta humanidade, e do exílio compulsório dos reincidentes no mal, este ainda persistirá por longo período humano, agindo de maneira cada vez mais desesperada por perceber que seu tempo acabou e que suas artimanhas chegaram ao fim.


O período humano será mais ou menos longo de acordo com nossa conduta. Cabe, nesse momento, fechar fronteiras em torno do ensinamento do Cristo Jesus, vivendo-o em sua plenitude. O tempo da transição chegou, e nós estamos nele.

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